NaTour - Planeamento e gestão do turismo em áreas naturais
Na última década, o arquipélago dos Açores passou de uma região quase desconhecida para um destino turístico altamente premiado. Além disso, em abril de 2015, o espaço aéreo local foi aberto a voos low cost, o que levou a um aumento do número de chegadas nacionais e internacionais. Os navios de cruzeiro que transportam milhares de turistas também chegam com mais frequência, principalmente ao porto de Ponta Delgada. O boom turístico observado é recente nestas ilhas, mas é já um facto noutros arquipélagos vizinhos. Assim, os nossos interesses de investigação estendem-se a toda a região biogeográfica da Macaronésia, que inclui as regiões ultraperiféricas da UE dos Açores, da Madeira e das Canárias, bem como o país africano de Cabo Verde. Neste contexto, já estabelecemos contactos recentes com colegas cabo-verdianos que poderão ajudar a desenvolver investigação conjunta, no âmbito de um projeto H2020 em curso.
Em geral, estamos a lidar com pequenas ilhas oceânicas, dispersas pelo Oceano Atlântico Norte, que necessitam de um cuidado especial no que diz respeito ao planeamento e à gestão das actividades que têm lugar nos seus habitats naturais, a fim de preservar os recursos naturais locais e, ao mesmo tempo, promover o ecoturismo, o turismo baseado na natureza e uma oferta turística de alta qualidade. As ilhas são sobretudo procuradas pelas suas belezas naturais e o turismo é muito importante para a economia dos pequenos Estados insulares. Por exemplo, nos Açores, a beleza da paisagem e do mar são as principais razões que levam a maioria dos turistas a visitar o arquipélago.
Assim, este grupo é construído sob a necessidade de planear e gerir adequadamente as actividades turísticas que ocorrem em áreas naturais, tanto em terra como no mar, harmonizando a recreação e a conservação, minimizando os possíveis impactos.
Os nossos principais objectivos são:
- Estudar e valorizar o turismo de natureza como um serviço cultural prestado pelos ecossistemas naturais da Macaronésia;
- Analisar e explorar os recursos naturais existentes que formam o nosso património biológico e geológico, a fim de os promover para usos turísticos sustentáveis;
- Determinar as capacidades de carga turística em áreas naturais (por exemplo, nos trilhos existentes) e ajudar a planear e desenvolver novas actividades, rotas e trilhos;
- Planear a conceção de percursos subaquáticos para uma utilização sustentável dos recursos marítimos (por exemplo, paisagem marítima, bens da biodiversidade), pelas empresas locais de turismo marítimo;
- Estudar o potencial de desenvolvimento de novas formas de turismo baseado na natureza a implementar nas regiões e analisar as suas receitas económicas, sem comprometer a conservação dos ecossistemas;
- Promover sistemas de certificação que possam ajudar a preservar o capital natural;
- Identificar e desenvolver planos de gestão para determinadas espécies terrestres/marinhas com interesse para a conservação (por exemplo, espécies de cobertura espécies bandeira e espécies-chave), que podem, por sua vez, ser utilizadas para promover o turismo local;
- Analisar os serviços ecossistémicos culturais para apoiar a tomada de decisões.
