MARBE - Biodiversidade e Ambiente Marinhos
O principal objetivo desta linha de investigação é descrever a biodiversidade marinha, compreender a dinâmica e o funcionamento dos ecossistemas litorais marinhos, analisar as pressões induzidas pelo Homem e os seus impactos nestes ecossistemas, e conciliar a exploração (pesca, aquacultura e bioprospecção) e a conservação, indo ao encontro das expectativas da sociedade em relação às questões marinhas, incluindo a sensibilização, avaliação, inovação e renovação. Em particular, pretendemos melhorar a compreensão dos processos que controlam a biodiversidade marinha a escalas locais, no Atlântico e num contexto global, abordando a conetividade natural e antropogénica induzida dos sistemas marinhos (e.g. insulares, oceânicos e com mares marginais). Mais especificamente, abordamos os seguintes aspectos.
Dinâmica e funcionamento das comunidades: Estudo dos factores determinantes da estrutura e das funções das comunidades; avaliação das interacções bióticas a escalas espaciais e temporais; avaliação dos efeitos das actividades humanas na biodiversidade costeira, incluindo os impactos das alterações globais (por exemplo, espécies invasoras e alterações climáticas) na estrutura e no funcionamento das comunidades. Nunca é demais sublinhar a importância de uma taxonomia exacta e fiável para os estudos sobre a biodiversidade, a fim de satisfazer as necessidades da biotecnologia marinha emergente e em rápido desenvolvimento para avaliar os organismos de recurso para a investigação aplicada. No entanto, não só os inventários taxonómicos, mas também as abundâncias relativas das espécies, a diversidade genética e a repartição em taxa superiores são importantes para avaliar corretamente o património marinho natural. Os dados sobre os padrões são fundamentais para compreender os processos que afectam a biodiversidade e para detetar alterações na biodiversidade. Assim, para além das actualizações tradicionais dos inventários taxonómicos da flora e da fauna marinhas, são consideradas outras abordagens:
Comparação do biota fóssil com o biota vivo de alguns habitats e regiões para fornecer pistas sobre as condições favoráveis à formação e proliferação de espécies; identificação de processos naturais historicamente geradores de padrões de biodiversidade.
Ecologia evolutiva e adaptação: ligação entre a distribuição geográfica e a história evolutiva dos organismos marinhos através da utilização de técnicas moleculares para quantificar a relação filogenética entre espécies e taxa superiores, a fim de reconhecer a variabilidade genética intra-específica e quantificar espécies e formas larvares difíceis de identificar em amostras naturais.
Utilizações múltiplas dos sistemas costeiros: análise do estado dos ecossistemas costeiros, desenvolvimento das suas utilizações dentro de limites conciliados com a conservação da biodiversidade e dos habitats (por exemplo, AMP, reservas marinhas); medição e minimização dos impactos humanos (por exemplo, pesca, turismo) através do desenvolvimento de orientações que permitam a proteção e a gestão da natureza; desenvolvimento de argumentos de base científica sobre a biodiversidade para a gestão e a tomada de decisões em matéria de OEM; desenvolvimento de estratégias para responder aos desafios societais das populações litorais através da promoção de uma exploração sustentável da biodiversidade marinha e do desenvolvimento de utilizações inovadoras e rentáveis do ambiente marinho e da biodiversidade.